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Tianwen-1 chega à órbita de Marte com sucesso

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Uma viagem de sete meses pelo espaço sideral chegou, finalmente, a seu fim – o que representa apenas o início de uma série de pesquisas em território extraterreno. A missão Tianwen-1, nesta quarta-feira (10), atingiu a órbita de Marte, após um processo de inserção que durou aproximadamente 15 minutos. Observadores chineses e de todo o mundo, que monitoram a empreitada, confirmaram a informação, sem haver, por enquanto, manifestação alguma a respeito do evento realizada por autoridades asiáticas ou pelas equipes envolvidas nos processos.

De acordo com os rastreadores independentes, sinais de rádio alertando sobre o que ocorria, que levam cerca de 641 segundos para chegarem por aqui, foram detectados às 9h03 (horário de Brasília) e interrompidos até as 9h13, período no qual os equipamentos passaram atrás do Planeta Vermelho e em que comunicações ficaram momentaneamente fora de nosso alcance, como era esperado. Entretanto, às 9h48, tudo voltou ao normal.

Dada a ausência de dados oficiais relacionados à missão formalmente aprovada em 2016, que inclui um orbitador, um módulo de pouso e um rover, compilar um cronograma preciso da Tianwen-1 foi um verdadeiro desafio àqueles que se propuseram a isso, mas, graças a eles, continuaremos acompanhando de longe a atuação dos três componentes, que permanecerão juntos nos dois primeiros meses de estudos liderados pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.

Roteiro programado
Gerenciada pela National Space Science Center e lançada em 22 de julho de 2020 com a ajuda de um foguete Chang Zheng 5, a Tianwen-1 entrou em uma órbita de captura equatorial altamente excêntrica de Marte e, a partir de agora, se dedicará a verificações iniciais e alterações pontuais que a levarão a uma região polar do planeta. De todo modo, em abril, o módulo de pouso, com o rover dentro, se desconectará do orbitador e se preparará para a entrada na atmosfera, descida e aterrissagem – algo previsto para o dia 23.

Uma combinação de aerofrenagem, paraquedas, retrofoguete e airbags garantirá, espera-se, um desembarque suave na superfície de Utopia Planitia, uma bacia com diâmetro aproximado em 3,3 mil quilômetros. Então, expedições em solo, com duração aproximada de 90 dias marcianos, serão iniciadas, alimentadas por painéis solares. Análises químicas e de radar procurarão biomoléculas e bioassinaturas que podem indicar a presença de vida passada ou atual no Planeta Vermelho.

Aliás, há outros objetivos já conhecidos, apresentados durante a 16th International Conference on Ground Penetrating Radar, em 2016, como a produção de mapas e a identificação da composição do solo e da atmosfera, além da verificação da distribuição de gelo pela superfície.

Por enquanto, este é só um ensaio para algo ainda maior em 2030, ano em que a Academia pretende trazer amostras de lá para cá.

União de forças
Grande parte do trabalho está sendo executada exclusivamente pela China. Ainda assim, apoio e cooperação internacionais foram fundamentais para o sucesso da Tianwen-1. Por exemplo, a Agência Espacial Europeia forneceu suporte de telemetria e comunicação durante o lançamento, assim como a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), agência espacial da Argentina – que também está auxiliando no rastreamento de longo alcance e no espaço profundo.

Por fim, a Agência Austríaca de Promoção de Pesquisa projetou e construiu parcialmente o magnetômetro que se encontra no orbitador, e o Centre National d’Études Spatiales (CNES) da França prestou suporte na construção e no desenvolvimento do instrumento de câmera de espectroscopia localizado no rover.

Entre outras curiosidades, todas as tecnologias já foram testadas nas missões chinesas Chang’e-3 e Chang’e-4 para a Lua, em 2013 e 2019, e uma antena de 2.700 toneladas e 49.000 metros quadrados foi construída em Tianjin especialmente para a missão.

Vale lembrar que a imagem no topo da matéria é apenas uma ilustração, já que fotos do tipo, por enquanto, são inviáveis com a tecnologia da qual dispomos.

 

 

 

 

Fonte:TecMundo

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