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Nascidos com 5 dias de diferença, covid também levou Vecilde 5 dias após marido

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Humberto nasceu no dia 14 de setembro de 1938, Vecilde, dia 19 de setembro do mesmo ano. Ele na Bahia, ela no Estado de São Paulo. Se casaram em Ribeirão dos Índios, à época em que a cidade do interior paulista era distrito do município de Santo Anastácio. Foram 64 anos juntos até a despedida. Os dias que separam nascimento também diferenciam a data de morte do casal. Ex-prefeito de Dourados, Humberto Teixeira morreu no dia 21 deste mês e hoje, cinco dias depois, partiu a esposa, Vecilde Volpe Teixeira, também aos 82 anos.

“Eles viveram exatamente o mesmo tempo. Na benção do casamento, Deus fala que o casal se torna uma única carne. E eles eram um só, não iam conseguir, realmente, viver separados. Foi o descanso de dois guerreiros”, diz o filho, Humberto Teixeira Júnior de 54 anos.

A primeira a contrair covid-19 foi Vecilde. O positivo para o teste veio no dia 19 de dezembro. O tratamento, segundo a família, começou em casa. Os filhos tentaram levar o pai para o isolamento, mas não conseguiram. “Ele não quis sair de casa, disse que ia ficar lá com ela”, conta Júnior.

Vecilde adoeceu primeiro e recebeu o diagnóstico no dia 19 de dezembro. (Foto: Arquivo Pessoal)A mãe piorou e foi levada ao Hospital Evangélico no dia 22, na manhã seguinte foi para a UTI. Em casa ao lado do pai, quando Humberto começou a tossir, o filho já chamou um médico e o ex-prefeito teve a confirmação da covid. Ele acabou sendo internado na mesma UTI da esposa no dia 28 de dezembro, com uma diferença de sete dias.

“Eles estavam se cuidando, a gente não tem ideia de quem passou, como pegou. Não tinha ninguém da família com covid na época”, pontua o filho.

Nascido em Guanambi, na Bahia, Humberto chegou ao Estado de São Paulo ainda criança e conheceu Vecilde em Ribeirão dos Índios. Casados, eles se mudaram para Dourados na década de 60. Contador e pecuarista, Humberto se lançou na carreira política nos anos 90, quando foi eleito deputado estadual de 1991 a 1992, e depois deixou a Assembleia Legislativa para disputar a eleição de prefeito de Dourados. Administrou a cidade de 1993 a 1996.

O casal teve quatro filhos: Silvano Teixeira, que faleceu em um acidente em 1984, Sônia Maria, Selma Maria, Humberto Teixeira Júnior e Guilhermo Garcia, oito netos e cinco bisnetos.

Apesar de estarem no mesmo hospital, um não chegou a ver o outro internado e nem souberam da morte. “Meu pai sabia que minha mãe internou, mas ela não soube que ele internou e nem que faleceu”, comenta o filho.

Vecilde e Humberto Teixeira com os filhos, em foto da década de 90 (Foto: Paulo Yuji Takarada)Vecilde e Humberto Teixeira com os filhos, em foto da década de 90 (Foto: Paulo Yuji Takarada)

Para a família, o que fica é a certeza de que os pais cumpriram a missão. “Tivemos muitas surpresas, homenagens que foram feitas e mensagens de apoio, com certeza o legado dos dois não se pode medir e isso consola e conforta a família. Eles foram dois cristãos que viveram para fazer o bem e temos que entender a vontade de Deus na nossa vida e aceitar”, finaliza Humberto.

O velório da ex-primeira-dama será na Paróquia São Francisco, na cidade de Dourados, na parte da tarde, das 13h às 15h. As duas horas de velório com caixão lacrado são permitidas porque apesar de ter morrido em consequência da covid-19, não há mais risco de contágio pelo vírus. O sepultamento será em seguida, no cemitério Santo Antônio de Pádua, mesmo local onde Humberto e o filho do casal Silvano estão enterrados.

 

 

 

 

Fonte;CGN

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