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Sedimentos no Rio Verde ameaçam o Rio da Prata

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O Rio Verde está prestes a perder o status de límpido, digno do nome. Como se não bastasse, dois anos após o susto com o Rio da Prata, que foi parar “na UTI” entre o fim de 2018 e o início de 2019, o risco está de volta. A ameaça é que o visual cristalino seja novamente trocado pela cor marrom.

Afluente no terço final do Prata, o Rio Verde está carregando volume alto de sedimentos para o maior, um dos rios mais visitados por turistas em Mato Grosso do Sul. A constatação é do Instituto do Homem Pantaneiro.

Técnicos foram aos locais com água barrenta e com espuma, fizeram levantamento das condições do curso d’água e do manejo do solo no entorno. Segundo moradores que ouviram na região, o problema não é de agora.
Veja o vídeo gravado por Sergio Barreto, do IHP:

Agora, assim que o laudo de vistoria estiver pronto, a ONG (Organização Não-Governamental) pretende acionar o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para investigar as causa e identificar os responsáveis pelo turvamento.

“Na verdade, não tem mais porque chamar Rio Verde. Ele deságua no Prata, no finalzinho dele e ele está levando sedimentos para dentro do Prata, matando a visibilidade do Prata que vem boa a partir dos dois primeiros terços”, explica o presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo.

Do alto, técnicos conseguiram visualizar algumas erosões a partir das proximidades da BR-267 e em toda a área, bastante desmatada, na região de Jardim. “Tudo isso acaba contribuindo para o processo de turvamento”.

Em alguns trechos é possível encontrar muita espuma, outro sinal de má qualidade da água no Rio Verde (Foto: IHP)
Em alguns trechos é possível encontrar muita espuma, outro sinal de má qualidade da água no Rio Verde (Foto: IHP)

Rabelo lembra das intervenções que “salvaram” o Rio da Prata há dois anos. “O Prata é emblemático, onde são feitos vários passeios, tem balneário, tem grande importância econômica. MP fez esforço, inúmeras parcerias foram criadas para adotar melhores práticas de manejo do solo [nas propriedades rurais]. Para se ter uma ideia, teve uma fazenda que além de adotar prática de curva de nível, autorizou a instalar uma estão meteorológica na área. O próprio Governo de Mato Grosso do Sul fez intervenções nas estradas. Isso tudo foi muito positivo”.

O coronel Ângelo Rabelo afirma que é preciso providências urgentes. “Hoje, uma das preocupações que a gente tem trabalhando para reverter efeito cascata, até porque tem toda uma cadeia econômica envolvida, turismo, pesca, que dependem não só dos rios, mas da qualidade da água”.

Rio da Prata com cor de lama em 19 de novembro de 2018 (Foto: Direto das Ruas)
Rio da Prata com cor de lama em 19 de novembro de 2018 (Foto: Direto das Ruas)
Outro trecho do Prata, quando saudável (Foto: Instituto Amigos do Rio da Prata)
Outro trecho do Prata, quando saudável (Foto: Instituto Amigos do Rio da Prata)

Rio da Prata – Em dezembro de 2018, dados assustadores sobre a “saúde” do Rio da Prata foram mostrados durante audiência pública que aconteceu na Câmara Municipal de Bonito, promovida pelo MPMS, com a participação de produtores rurais, empresários do turismo, ambientalistas e pesquisadores.

Dentre as informações divulgadas à época, estava a diminuição de 2 mil hectares de área úmida que funciona como uma espécie de rim, um filtro natural que mantém a pureza da água do manancial.

O rio, que foi tomado por lama após chuvarada em novembro daquele ano, é capaz de permitir ao menos 10 metros de visibilidade. O problema não teve fim até o início do ano seguinte.

Fonte: CampoGrandeNews

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