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Sete homens e um destino: a morte prematura na F1

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Se fosse comparável a um gênero de filme, a Fórmula 1 dos anos 60 até os 90 certamente seria como um filme de faroeste. Com poucas regras e muitos riscos, era relativamente comum que acontecessem acidentes fatais na Fórmula 1. Felizmente, nos dias de hoje, a segurança para os pilotos é maior.

Jim Clark 

Jim Clark: morreu numa corrida de Fórmula após vencer o GP da África do Sul.
Jim Clark: morreu numa corrida de Fórmula após vencer o GP da África do Sul.

Foto: Divulgação

O piloto escocês bicampeão da Fórmula 1 em 1963 e 1965 construiu uma carreira bem-sucedida ao longo das nove temporadas em que correu na categoria. Além dos dois títulos, Clark foi vice em 1962 e ficou em terceiro lugar em 1964 e 1967. Ao longo da carreira, foram 25 vitórias e 33 pole positions em 72 GPs disputados.

Além da Fórmula 1, Jim também disputou provas em outras modalidades do automobilismo. Ele venceu a tradicional prova das 500 milhas de Indianápolis em 1965, e chegou em 3º lugar nas 24 Horas de Le Mans de 1960. Em 1968, porém, um acidente abreviaria a carreira do piloto britânico.

Durante uma corrida da Fórmula 2 em Hockenheim, na Alemanha, Clark perdeu o controle do carro e bateu em uma árvore. Aos 32 anos, ele era contemporâneo de Jack Brabham e Graham Hill, e foi um dos principais nomes da categoria nos anos 60. Sua morte foi um forte baque para a Lotus — única equipe pela qual Jim correu — assim como para toda a Fórmula 1.

Jochen Rindt
Jochen Rindt: único campeão póstumo da Fórmula 1, graças a uma vitória de Fittipaldi.
Jochen Rindt: único campeão póstumo da Fórmula 1, graças a uma vitória de Fittipaldi.

Foto: Divulgação

Em mais de 70 anos de história, a Fórmula 1 só teve um campeão póstumo: Jochen Rindt, em 1970. O piloto alemão — que corria com uma licença austríaca — campeão das 24 Horas de Le Mans de 1965, conquistou seu único título na F1 justamente na temporada em que faleceu, aos 28 anos. Ele começou a carreira na categoria em 1964, e correu por Brabham, Cooper e Lotus, onde conquistou o título.

Em 60 GPs disputados em sete temporadas na Fórmula 1, Jochen chegou ao pódio em 13 oportunidades, e venceu cinco das 13 corridas de 1970. Ironicamente, um acidente na curva que dá nome a este site — a curva Parabólica, no circuito de Monza — tirou a vida de Rindt e a oportunidade de comemorar o título.

Durante os treinos para o GP da Itália, o piloto companheiro de Emerson Fittipaldi teve uma falha nos freios do carro e se chocou em alta velocidade contra a barreira de segurança da pista. Mesmo com a morte prematura, Rindt não foi alcançado por Jacky Ickx graças a uma surpreendente vitória de Emerson no GP dos EUA.

François Cevert

François Cevert: estava preparado para ser o sucessor do tricampeão Jackie Stewart na Tyrrell.
François Cevert: estava preparado para ser o sucessor do tricampeão Jackie Stewart na Tyrrell. Foto: Divulgação
O terceiro piloto da lista é o francês François Cevert, que morreu aos 29 anos após um acidente nos treinos do GP dos Estados Unidos de 1973. François disputou quatro temporadas na Fórmula 1, pelas equipes March e Tyrrell. Após uma temporada de estreia sem destaque, o francês terminou o campeonato de 1971 na terceira colocação. Ao total, Cevert disputou 46 GPs, os quais chegou ao pódio 13 vezes e venceu em uma oportunidade.

Com números impressionantes, o piloto francês foi mais um talento abreviado após um acidente. Na então vice-liderança do campeonato, atrás somente do companheiro de equipe, o tricampeão Jackie Stewart, François perdeu o controle do carro durante os treinos para o GP americano, e foi decapitado após bater contra o guard rail. Cevert estava sendo preparado para ser o sucessor do tricampeão Stewart, que nem disputou aquela que seria sua última corrida, a 100ª.

Peter Revson

Peter Revson: morte prematura logo quando havia ganhado duas corridas pela McLaren.
Peter Revson: morte prematura logo quando havia ganhado duas corridas pela McLaren.

Foto: Divulgação

O piloto americano Peter Revson não é um nome muito conhecido na Fórmula 1. Após estrear em 1964, quando não conseguiu pontuar pela Lotus, Peter passou seis anos em hiato na categoria, mas não nas pistas. Após um período na Cam-Am, tradicional categoria dos EUA e Canadá, ele retornou à Fórmula 1 em 1971, quando atuou apenas no GP dos EUA, pela Tyrrell.

Ronnie Peterson

Ronnie Peterson: o público adorava sua tocada sempre agressiva.
Ronnie Peterson: o público adorava sua tocada sempre agressiva. Foto: Divulgação
Um dos nomes mais famosos da lista, o sueco voador foi um dos maiores pilotos dos anos 70. Vice-campeão em 1971 e 1978, e terceiro em 1973, Ronnie ficou marcado não só por ter sido um dos pilotos do polêmico carro de seis rodas da Tyrrell. Em 123 GPs disputados, foram 10 vitórias, 14 poles e 26 pódios.

Após uma temporada pela Tyrrell onde o maior destaque era justamente pelo carro de brilhou foi vice em 1973, o piloto sueco foi um dos destaques do ano, e tinha chances reais de vencer o campeonato. Atrás apenas do campeão Mario Andretti, também da Lotus, Ronnie disputou até a 14ª corrida da temporada, o GP da Itália.

Com uma mudança no sistema de largada das corridas, quando foi instituído o atual semáforo. Uma falha de verificação fez com que os carros da última fila — que ainda não tinham parado nas posições — largassem em movimento, o que causou um engavetamento.

Dentre os pilotos envolvidos, Ronnie foi retirado por bombeiros e pilotos do carro incendiado, sofrendo graves lesões nas pernas. No entanto, apesar de ter chegado com vida ao hospital, o piloto acabou morrendo no dia seguinte após uma embolia causada pelas fraturas. Ele tinha apenas 34 anos.

Gilles Villeneuve

Gilles Villeneuve: comoção mundial quando a Fórmula 1 perdeu seu piloto-show.
Gilles Villeneuve: comoção mundial quando a Fórmula 1 perdeu seu piloto-show.

Foto: Divulgação

O canadense Gilles Villeneuve, vice-campeão em 1979, foi mais um dos que perderam a vida de forma precoce na Fórmula 1. O piloto, que correu apenas um GP pela McLaren, em 1977, e depois fez história pela Ferrari, teve uma breve e marcante carreira.

Após um 11º lugar na estreia, ele começou a correr pela Ferrari ainda em 1977. Foram seis temporadas pela equipe italiana, com 66 GPs e seis vitórias durante esse período. Apesar de não ter sido campeão, Gilles era um dos talentos mais promissores de sua geração, além de ser um dos nomes mais famosos da categoria.

Por outro lado, em 1982, um trágico acidente na classificação do GP da Bélgica tirou a vida do piloto canadense. Tentando superar o tempo do rival Didier Pironi, Villeneuve acabou batendo o carro na traseira de Jochen Mass, que retornava para os boxes.

Devido à alta velocidade do impacto, o Ferrari de Villeneuve voou por cerca de 100 metros antes de cair no chão e se desintegrar. O piloto canadense foi arremessado por 50 metros sem o capacete, e fraturou fatalmente o pescoço, aos 32 anos. A comoção por sua morte seria igualada 12 anos depois, com o próximo piloto da lista.

Ayrton Senna

Ayrton Senna: carreira e vida interrompida quando estava no auge da forma.
Ayrton Senna: carreira e vida interrompida quando estava no auge da forma. Foto: Divulgação
Considerado por muitos como o maior piloto da história da Fórmula 1, o brasileiro Ayrton Senna foi o penúltimo a morrer por causa de um acidente em uma corrida na categoria. Em 11 temporadas, Senna conquistou ao todo três títulos — em 1988, 1990 e 1991– e foi vice em 1989 e 1993. Foram 161 GPs disputados, com 41 vitórias e 65 pole positions.

Após correr por Toleman, Lotus e McLaren, Senna passou a correr pela Williams em 1994. E, apesar das grandes expectativas para a temporada, o piloto brasileiro não conseguiu pontuar nas duas primeiras etapas do ano. No GP de San Marino, Senna chegou pressionado após duas vitórias de Michael Schumacher.

Após um fim de semana trágico, no qual Rubens Barrichello sofreu um grave acidente nos treinos livres, e um dia antes Roland Ratzenberger morreu após bater durante a classificação, Senna começou a corrida na liderança, e tudo indicava que a primeira vitória do brasileiro na temporada finalmente seria possível.

Mas após uma quebra da barra de direção do Williams, Senna bateu na fatídica curva Tamburello a mais de 200 km/h. Levado ao hospital, provavelmente já morto, Ayrton teve a morte cerebral declarada horas depois. Com 34 anos, Ayrton certamente teria alguns anos a mais na Fórmula 1. A comoção por sua morte foi mundial.

Fonte: UOL

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