Na expectativa de chegar ao destino livre da covid-19, muitas pessoas já começaram a colocar em prática o roteiro de fim de ano e movimentaram a Rodoviária de Campo Grande em plena segunda-feira. Até agora, porém, a expectativa é de queda na procura, diretamente afetada pela pandemia, ficando em 70% do alcançado em períodos anteriores.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de MS, César Possari, disse que até agora não recebeu qualquer comunicado sobre carros extras para as viagens. “É ano atípico, estamos meio perdidos com movimento, mas está bem abaixo do que era nos outros anos”, disse.
Possari disse que a empresa dele tem estimativa de redução de R$ 10 milhões em passagens vendidas no ano de 2020, impacto direto decorrente da covid-19, que chegou a fechar a rodoviária no começo do ano. “Tem empresa falando em perda de R$ 50 milhões, nossa expectativa é que não vai atingir o que foi ano passado”, calculou.
Hoje, na rodoviária, a maioria das pessoas circulava com máscara, sendo a exceção algumas crianças. Alguns, usavam o acessório no queixo. No sistema de som, a cada dois minutos o aviso de que o equipamento era de uso obrigatório, sendo pedida atenção de todos aos procedimentos de biossegurança.
Preocupada, a técnica de enfermagem Maria Teresa da Silva, 51 anos, aguardava o ônibus que a levaria de volta para casa, no Rio de Janeiro. Passou 5 dias em Campo Grande, visitando amiga e chegou de avião, mas, agora, teve que optar por ônibus. “Viagem muito grande, fico com receio por conta da pandemia, vou ficar usado álcool e de máscara o tempo todo”, disse.
Quem deve viajar no mesmo ônibus de Maria Teresa é a cabeleireira Suelen Corrêa, 30 anos. Residente em Ladário, passou 6h em ônibus até chegar em Campo Grande onde aguarda embarque para Rio de Janeiro com a filha de 14 anos. Só volta para MS no dia 5.
“Estou tranquila, estamos nos cuidando, levando álcool em gel e máscara”. Suelen disse que havia programado a viagem há um mês. “Ainda não conhecemos a praia, nem o Rio, essa foi a oportunidade que nos encontramos”.
Na estrada desde sábado, a dona de casa Andreia de Lima Reis, 24 anos, está a caminho de São Paulo. Morando no estado de Rondônia, enfrentou viagem de 13h até chegar em Campo Grande e, com a filha de 4 anos, vai visitar a mãe, que não vê há 6 meses.
“Fiquei com medo de arriscar, mas, como faz tempo que não vejo minha mãe, estou tomando todos os cuidados”, disse, listando máscara e álcool em gel como itens de biossegurança. “Esperei o final do ano, fique só em casa em 2020, na minha cidade”.
Fonte:CGN
