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Morre dona Stella, companheira de Manoel de Barros por 64 anos

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Faleceu hoje em Campo Grande dona Stella Barros, viúva de Manoel de Barros. Ela morreu na véspera do aniversário do poeta, que completaria 103 amanhã, dia 19 de dezembro.

Ela morreu em casa, na Rua Piratininga, no bairro Jardim dos Estados. “Nos últimos dias estava bem, mas apresentava uma tosse. Não sabemos ainda se foi covid”, comenta a filha, Martha de Barros. Exames ainda serão feitos para detectar a viúva do poeta foi mais uma vítima do coronavírus.

Dona Stella e Manoel foram companheiros durante 64 anos. Ele partiu em novembro de 2014. Ela estava prestes a completar 100 anos, comemorados em abril de 2021.

Segundo a família, não haverá velório, mas o enterro será no Parque das Primaveras, onde o marido está sepultado.

Stella deixa a filha Martha que é artista plástica, Os outros dois filhos  Pedro de Barros e João de Barros já faleceram.

“Ela foi uma pessoa muito forte, maravilhosa, sempre determinada”. resumiu a filha emocionada. “Peço desculpas não consigo falar muito neste momento. é difícil”.

Sobre os avós, no ano da morte de Manoel, o neto Felipe resumiu a relação de mais de 60 anos. “Acima de tudo eles tinham respeito e admiração. Ele tinha uma admiração muito grande por ela. Na casa, ela tinha voz, ela mandava e isso que dava liberdade para ele. Ela sempre foi apaixonada pelo homem Manoel e ele apaixonado por ela”.

Muito religiosa, a história de que dona Stella ficou sem falar com o poeta depois de um verso que atribuía sexo à Nossa Senhora, é verdade. “Ele fazia poesia e dava para ela ler. Ela ficou brava, ela é muito religiosa. Meu avô teve de chamar o padre e ele explicou que não era ofensa e sim licença poética”, lembra o neto.

Stella e Manoel em foto no Rio de Janeiro, na década de 50. (Foto: Arquivo de família)

Stella e Manoel em foto no Rio de Janeiro, na década de 50. (Foto: Arquivo de família)

Os dois se conheceram no Rio de Janeiro. Corretor de imóveis, Manoel foi atender a nova cliente e se apaixonou. Ela só descobriu que ele era poeta quando os dois já estavam em Mato Grosso, na época uno.

Mesmo após a despedida do marido, Stella permaneceu na casa onde o casal viveu, em Campo Grande. Ela vai continuar porque, segundo o neto, “precisa ficar mandando no pedaço”, além do fato de que aqui, tem família e amigos que sempre lhe estendem à mão ou tocam a campainha.

“A flor era um presente dele para ela. Ele não comprava presentes, tirava do jardim a jasmim”, contou o neto.

 

 

 

Fonte:CGN

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