A velocidade de recuperação de paisagens no Pantanal impressiona. Isso porque há três meses o bioma sul-mato-grossense foi devastado por incêndios florestais, que destruíram parte da fauna e flora da região. Fotos que circulam nas redes sociais mostram a diferença no curto intervalo de tempo.
Apesar da paisagem estar preenchida pelo verde das árvores e da grama, o biólogo José Milton Longo explica que ‘paisagisticamente’ está bonito, “mas há espécies que podem ficar ausentes”.
Conforme o especialista, as cinzas das queimadas ajudam a renovar a paisagem, porque “servem como adubo, pois disponibilizam potássio e isso é bom para as gramíneas [grama], deixando o campo verdejando mais rápido”, detalha.
Entretanto, a recuperação pode demorar anos. “A resiliência é um conceito de ecologia de voltar ao estado original. Dado a intensidade dos incêndios que ocorreram e a seca extrema, esse patamar não deve ocorrer tão cedo, porque a previsão para 2021 são de poucas chuvas e o nível do Rio Paraguai talvez não atinja o suficiente para irrigar campos e lagoas. Vai alguns anos para voltar ao patamar original”, analisa.
A presença da fauna vai depender do ressurgimento de certas espécies nativas. “Algumas espécies somem do local, porque morreram. Assim, a fauna fica ausente e a recolonização demora certo tempo também. Vai depender da velocidade de recuperação da vegetação e dos recursos [naturais] para voltar à condição original”, conclui.
Verde é vida
À frente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que ganhou destaque no combate aos incêndios no Pantanal, o presidente Coronel Ângelo Rabelo usou suas redes sociais para postar um vídeo exaltando o bioma. “Há menos de um mês, estava aqui ainda respirando fumaça e assustado com fogo que avassalou toda essa área, agora água começa a trazer de novo a vida”.
Fonte:MM