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Assassino de major do Exército será julgado hoje em Bonito

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Um ano e oito meses após o assassinato do major da reserva do Exército Paulo Settervall, de 57 anos, no dia 14 de abril de 2019, em Bonito, o pintor Bruno Rocha acusado pelo crime vai a júri popular nesta sexta-feira (11).

O julgamento que, inicialmente, chegou a ser marcado para março deste ano foi adiado, depois de uma tentativa da defesa de mudar a cidade onde seria realizado com o argumento de que havia dúvidas sobre a “imparcialidade dos jurados bonitenses”.

Nesta tarde, a viúva do major retorna à cidade para acompanhar o julgamento pessoalmente, amanhã. Na época, Elaine Maria do Carmo Setervall estava em Bonito a passeio com o marido que foi assassinado, em frente ao hotel onde a família se hospedava, na região central.

“Eu me lembro da última coisa que dissemos um ao outro. Falei amor, eu te amo. Ele disse, te amo, já volto e nunca mais retornou”, conta a viúva. O adeus foi trágico e totalmente inesperado, major Paulo estava em frente ao hotel fumando um cigarro, quando Bruno, que seguia em uma bicicleta, o encontrou e alegou ter pedido um cigarro e se ofendido pelo fato do major ter lhe negado.

Em seguida, Bruno terminou de descer a rua, deixou a bicicleta e voltou sem ser percebido atacando com uma faca o major pelas costas, “de maneira sorrateira e insidiosa”, de acordo com denúncia.

“Estou indo preparada para ouvir as piores coisas possíveis. É obvio que a defesa via atacar o meu marido, não há o que dizer. Dói muito saber que a pessoa (réu) teve advogado pro bono. Uma coisa é a Defensoria Pública fazer o papel dela”, comenta Elaine sobre o fato do réu ter conseguido um advogado particular com prestação gratuita e voluntária de serviços jurídicos.

Cerca de 30 horas após o crime, Bruno foi preso e confessou. Ele segue em regime fechado desde então, aguardando o julgamento por homicídio qualificado, por motivo torpe e uso de meio que dificultou a defesa da vítima.

Bruno Rocha, acusado de matar o major da reserva (Arquivo)

No decorrer do processo, o acusado foi diagnosticado com síndrome de dependência em grau moderado, de álcool e drogas, depois de ser submetido a exame de sanidade mental, solicitado pela defesa.

O perito responsável pelo laudo psiquiátrico, identificou em Bruno capacidade plena de entender o “caráter ilícito do fato” e atestou que ele estava com a autodeterminação diminuída, “mas não abolida”, no momento em que cometeu o crime.

Para a esposa de Paulo, a dor do luto não diminuiu com o passar do tempo. Ela espera que o homem acusado de matar seu companheiro pague pelo crime.

“A justiça tarda, mas a de Deus não falha. Eu digo que não vivo, só sobrevivo. Não desejo isso a ninguém, você perder o grande amor da sua vida, seu companheiro, acordar todos os dias e olhar para o lado da sua cama que está vazio, desejando que tudo fosse apenas um pesadelo”, diz viúva do major.

Major Paulo era professor de matemática e trabalhou ativamente no Colégio Militar de Campo Grande, entre 1997 a 2010, onde lecionava. Ele e Elaine tiveram um filho que completou 15 anos no último domingo (6) e, assim como a mãe, faz acompanhamento psicológico para lidar com a morte do pai.

“Esse cara destruiu minha vida.  Não tenho nenhum sentimento quando penso nele, não sei como vai ser amanhã porque nunca vi esta pessoa. Minha cabeça está um turbilhão”, finaliza viúva sobre a expectativa para o julgamento.

Fonte: DD

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