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Produtor precisa ter gestão da atividade “na palma da mão”

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Ao discursar na abertura do 6º Seminário Nacional do Campo Futuro, na quinta (6), o presidente da CNA, João Martins, destacou a importância do levantamento dos custos de produção das atividades agropecuárias feito pela entidade em várias regiões do país e como é cada vez mais fundamental que os produtores tenham informação de qualidade para uma gestão eficiente da propriedade rural.

O Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar feita em parceria com universidades e centros de pesquisa para levantamento do custo de produção das atividades agropecuárias. O projeto alia a capacitação do produtor à geração de informação para a administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento da produção.

João Martins disse que, ao longo dos 13 anos de execução do Projeto Campo Futuro, “nunca foi tão importante a utilização das informações para a melhoria da gestão da atividade agropecuária”.

O setor, segundo ele, enfrentou meses difíceis no início da pandemia, com dificuldades de escoamento da produção, preços de venda abaixo dos custos de produção, insumos extremamente caros em função da alta do dólar, além da falta de liquidez de algumas cadeias e crédito rural mais caro e menos acessível.

“Apesar da peculiaridade de cada caso, afirmamos a importância do produtor ter a gestão da atividade na palma de sua mão, tanto para reduzir os impactos de crises como essa quanto para aumentar seus ganhos em conjunturas atípicas de mercado, como as ocorridas para alguns setores do agro em 2020”, afirmou.

Segundo ele, “para que se obtenha êxito é fundamental a busca por eficiência no processo produtivo. E os dados do projeto Campo Futuro contribuem para que o Sistema CNA concentre esforços em ações de apoio aos produtores com essa finalidade”.

O presidente da CNA destacou que os produtores tiveram e têm todo o apoio para serem mais produtivos e competitivos, por meio de ações como a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) ou por meio da proposição de políticas públicas estruturantes para o setor. Desta forma, recomendou que eles busquem “de forma incessante a melhoria no processo de gestão de suas propriedades”.

“Assim, continuaremos indo além das porteiras para nos consolidarmos como empresários rurais, independentemente do tamanho da propriedade e do tipo da atividade que produzimos. As crises no setor são cíclicas e sempre existirão. Temos que estar preparados para isso”, concluiu.

Balanço e cooperação – O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, fez um balanço dos painéis realizados em 2020. Foram realizados 102 encontros em 91 municípios de 19 estados para levantar e validar os dados de produção das cinco regiões do Brasil em 22 culturas.

“Temos acompanhado os efeitos da pandemia, como custos extremamente elevados e dificuldade de comercialização. Se o produtor tiver a gestão de risco na mão ele pode ganhar muito ou evitar perdas maiores como muitos conseguiram fazer neste ano”, afirmou.

Lucchi explicou que as informações obtidas nos painéis são devolvidas aos produtores em forma de relatórios ou publicações para orientá-los na tomada de decisões no dia a dia de suas atividades e, conjuntamente, balizar propostas de políticas públicas para o setor.

Segundo Lucchi, os dados do projeto Campo Futuro também foram utilizados nas discussões da reforma tributária, com simulações sobre as altas dos custos de produção e os prejuízos para o produtor rural no caso de aprovação das propostas que estão tramitando no Legislativo. “Foi um insumo importante e relevante na discussão com os parlamentares a partir dos dados do Campo Futuro”.

O superintendente lembrou que, entre os itens que mais impactaram os custos de produção, estão aqueles atrelados ao dólar, como os fertilizantes no caso da agricultura, diante da alta da moeda norte-americana, e da ração concentrada na pecuária, por causa da elevação dos preços do milho e do farelo de soja, principais componentes desse insumo.

Nesse contexto, completou, o Campo Futuro é uma forma de ajudar o produtor a se proteger nessas situações, juntamente com outras ações do Sistema CNA, como a Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em busca do aprimoramento constante da gestão de riscos na propriedade.

Ele também informou que a CNA vai fechar um termo de cooperação técnica com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o levantamento conjunto de informações sobre custos de produção em 2021. Ele disse, também, que há discussões sobre parcerias com a Conab para mapear a situação a armazenagem no Brasil.

Fonte: Agrolink

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