Se para alguns consumidores a Black Friday é a oportunidade perfeita para fazer compras com descontos, para golpistas, é a chance de tirar alguns trocados dos clientes mais afoitos e descuidados. E engana-se quem pensa que a data importada dos Estados Unidos não tem adeptos em terras verde e amarelas.
A boa notícia é que os consumidores ficam cada vez mais atentos às fraudes do período. Essa mesma pesquisa revelou que apenas 4,07% confiam plenamente que os descontos são reais e que é seguro aderir à onda de ofertas, especialmente pela internet. Outros 95,93% confiam parcialmente ou não confiam.
Mesmo assim, ainda é importante tomar alguns cuidados para evitar armadilhas. E nada melhor que aprender com fatos passados.
O Reclame Aqui organizou um ranking das empresas mais reclamadas em 2019. Engana-se quem espera ver grandes lojas de eletroeletrônicos na ponta da lista. As franquias de fast-food McDonalds e Burger King ocuparam as primeiras posições em número de queixas no site. Os problemas não foram especificados.
Na sequência, aparece o site de cupons e cashback Méliuz seguido pelas Lojas Americanas e Kabum, especializado em equipamentos para informática, eletrônicos e jogos.
“Esses dados sinalizam a importância do uso de ferramentas para comparar e monitorar preços antes de fechar uma compra”, disse ao Correio do Estado Alessandro Fontes, co-criador da Reduza, empresa que há vários anos disponibiliza plataformas gratuitas para ajudar os internautas a fazerem boas compras durante a semana de descontos.
PROBLEMAS QUE SE REPETEM
O Reclame Aqui enumerou os principais problemas que deixaram consumidores insatisfeitos com as lojas online ano passado. O primeiro deles é propaganda enganosa, que foi o motivo do descontentamento de 32% dos que procuraram o portal.
Na sequência, erros e falhas na hora de finalizar a compra (11,37%), divergência de valores (8,28%), atraso na entrega (6,24%) e dificuldades para obter o estorno dos valores pagos (4,54%).
É por essas razões que o superintendente do Procon de Mato Grosso do Sul, Marcelo Salomão, dá algumas dicas que podem ajudar as pessoas a passarem por esse tipo de situação ou juntarem provas, caso seja necessário impor alguma medida mais rígida para ter os direitos garantidos.
A primeira delas é tirar print de todas as páginas dos sites de compras. Especialmente aqueles que informam o preço e a tela que comprova que a compra foi finalizada, onde apareça também o prazo de entrega, valor do frete, etc.
“Nas compras virtuais, é preciso tomar muito cuidado com os sites. Nosso site tem uma relação de sites não recomendados. Fugir de páginas de redirecionamento, porque aí já há indícios de fraude. É preciso tomar muito cuidado, pois você estará repassando informações privilegiadas a estelionatários”, orienta Salomão.
PEGADINHAS
Alessandro afirma que um dos itens que mais tem enganado os consumidores que optam pelos e-commerces é o valor do frete. O preço nem sempre é incluso no valor que aparece nas páginas iniciais dos sites. Dessa forma, muitas vezes deixa-se de comprar em um lugar que já mostra o preço total por outra cujo item aparentemente está mais em conta, mas que ao fim revela a “facada” cobrada pela entrega.
O Reduza está com a ferramenta “Black ou fraude” disponível novamente para ajudar os consumidores. Colando o link do produto, a plataforma sul-mato-grossense faz uma análise gratuita e emite um dossiê sobre o item “comparando preços nas diferentes formas de pagamento (à vista e parcelado), histórico dos últimos 60 dias e valor do frete, para determinar o preço final da compra para o CEP do consumidor”.
Alessandro diz que o sistema testa ainda mais de 30 cupons de desconto para “descobrir” preços até 30% mais baratos. Ano passado, a ferramenta livrou 1,2 mil pessoas de golpes pela internet nessa época.
“Todo cuidado é pouco, principalmente em época de Black Friday”, afirma Lucas Pelegrino, co-fundador do site e responsável pela tecnologia da empresa. Ele enumera dicas fundamentais de segurança.
Desconfie de preços muito baixos: cuidado, o preço é o primeiro sinal para esse tipo de golpe, que geralmente oferece produtos incríveis com preços praticamente impossíveis, que na Black Friday pode confundir o consumidor e levá-lo a um prejuízo.
Confira o link destino da promoção: ao abrir o anúncio, faça uma análise da URL, que é o link que levou ao site da promoção. Veja se realmente é o domínio oficial da loja em questão. Na dúvida, acesse o site da loja diretamente ou através do Google e pesquise pelo item da promoção.
Se for uma loja que não é popular, faça buscas nas redes sociais, sites de reclamações, lista do Procon, ligue na loja e, na dúvida, não compre.
Confira o nome da página ou perfil que divulgou a promoção: é muito comum que o anúncio nas redes sociais tentem remeter ao nome da loja, ou nome de uma promoção. Então fique de olho e veja se é a página ou perfil oficial da loja que está anunciando.
O “cadeado verde não é garantia de segurança: sites com selos de segurança, na verdade, garantem sigilo dos dados e não indicam se o site é confiável, inclusive muitos desses sites clonados já trazem URL’s com protocolos “https”.
Fonte:CE