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Bonito é destaque em matéria sobre Artesanato no Pantanal

A revista Casa Vogue destacou o artesanato pantaneiro e a Udu Cerâmica de Bonito está entre os principais trabalhos da área

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As queimadas e incêndios na região do Pantanal ganharam grande repercussão recentemente, e com razão: afinal, a biodiversidade do bioma é uma das mais ricas do País e, agora, encontra-se sob ameaça. E a devastação ambiental também tem consequências humanas igualmente drásticas: as queimadas afetam severamente artesãos e artesãs da região, que dependem das florestas para obter matéria-prima para seu trabalho. “Estamos vivendo um momento muito delicado para o artesanato sul-mato-grossense. As vendas já estavam paradas devido à pandemia, mas tiveram um respiro com a reabertura dos comércios. No entanto, justo agora tivemos o ‘início’ das queimadas, limitando a produção do artesanato por falta de matéria prima e diversos outros fatores”, afirma à Casa Vogue Katienka Dias Klain, gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. “Hoje encontramos muitos artesãos parando de produzir e migrando para outras áreas, como entregadores de delivery, para manter a sua sobrevivência”.

O artesanato no Pantanal e a sustentabilidade

O arte regional do Pantanal tem uma relação muito forte com as diversas etnias indígenas que lá habitam. Por isso, destacam-se como produção a cerâmica e o trançado. “Na região do Pantanal, temos muita presença de uma arte denominada indígena. A cerâmica é algo muito forte, assim como o trançado. Também encontramos pontualmente artesanato feito em ossos, que são reaproveitados da agropecuária, e em couro de peixe. Mas um dos mais fortes na região também é o artesanato em madeira”, explica Renan Quevedo, do projeto Novos para Nós. A iniciativa mapeia, há anos, a arte popular brasileira e já percorreu 27.183 km em 16 estados, além do Distrito Federal.

Vale destacar também os diversos objetos utilitários, como potes e jarros, produzidos pelos diversos artesãos indígenas da região, e que são muito importante para a manutenção destas comunidades. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, encontramos as etnias Guarani-Kaiowás, Terenas, e Kadwéus. Estes povos fazem uma produção muito voltada ao barro, retratando bichos da natureza, e também algumas figuras antropomorfas.

Segundo Renan, a arte popular produzida na região é uma forma de produção sustentável tanto no sentido ambiental quanto no aspecto social, já que sustenta muitas comunidades da área. “Na arte popular em geral existe relação muito explícita das pessoas com a natureza. Então antes de mais nada existe um respeito muito forte por parte dos artesãos e artesãs com relação a onde vão conseguir a matéria prima para seu trabalho: nenhum artesão vai derrubar uma árvore, nenhum artesão vai acabar com uma região tentando extrair dali o barro ou qualquer tipo de matéria-prima”, explica. “Com relação ao Pantanal, isso fica muito claro com os objetos que são produzidos lá: são feitas várias representações, por exemplo, do tuiuiú (que é a ave mais simbólica do MS), das onças pintadas, dos tamanduás, das antas, das vacas… nós enxergamos a fauna muito presente nas peças produzidas, sobretudo por artesãos e artesãs indígenas”.

Uma produção e uma fonte de renda que já haviam sido impactadas pela diminuição no fluxo de turistas em decorrência da pandemia, lembra Renan. E, agora, com as queimadas, muitos artesãos têm seu trabalho quase impossibilitado. “Corumbá, Miranda, Bodoquena e Porto Murtinho são algumas cidades que já estão sendo comprometidas no sentido de obtenção de matéria prima [devido às queimadas]”, diz o pesquisador.

Diante da situação, convidamos a conhecer, abaixo, 5 projetos de artesanato na região do Pantanal. Os nomes a seguir foram levantados com auxílio da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul, do projeto “Novos para Nós” e também da Rede Artesol, que mapeia o artesanato brasileiro em todo o território nacional. Confira:

1) NEOM – Bordadeiras da Chapada dos Guimarães

Artesanato no Pantanal: conheça 5 projetos para apoiar já! (Foto: Divulgação / Reprodução)
(Foto: Renata Mendes / Artesol)

Grupo de bordadeiras que integra a ONG Núcleo de Estudo e Organização da Mulher (NEOM). Produzem bordados que exploram a linguagem cuiabana, valorizando gírias e dizeres populares. Conheça mais sobre o grupo na página da Artesol.

Como comprar as peças:

Entrar em contato via WhatsApp: (65) 98459-2508 ou email (bordadeirasdachapada@gmail.com). O grupo também possui páginas no Facebook e no Instagram para exibir os trabalhos realizados.

2) Casa de Massa Barro

Artesanato no Pantanal: conheça 5 projetos para apoiar já! (Foto: Divulgação / Reprodução)
(Foto: Reprodução / Facebook @casademassabarro)

Associação em Corumbá com foco em inclusão social que produz trabalhos em cerâmica. Foi fundada em 4 de outubro de 1982, e busca estimular crianças e jovens carentes pelo gosto do artesanato local. Saiba mais na página do Facebook da associação.

Como comprar as peças:

Entrar em contato via WhatsApp, de preferência: (67) 9941-8715. Os itens são enviados pelo correio, após acordar preços e fretes diretamente com o cliente. O pagamento pode ser feito via transferência bancária.

3) Casa do Artesão

Unidade da Fundação de Cultura do Estado do Mato Grosso do Sul. É um dos principais pontos de comercialização do artesanato no estado. As peças são enviadas para todo o território brasileiro, via correio, e geralmente chegam em um prazo de 4 a 15 dias, dependendo da região de entrega. O pagamento pode ser feito via depósito bancário.

Como comprar as peças:

Entrar em contato via WhatsApp, de preferência: (67) 9229-2038

4) Udu Cerâmica Artesanal

Artesanato no Pantanal: conheça 5 projetos para apoiar já! (Foto: Divulgação / Reprodução)
(Foto: Divulgação / via Artesol)

Empresa em Bonito/MS que produz peças de cerâmica artesanais inspiradas na biodiversidade da região. Os artesãos que hoje trabalham na linha de produção da empresa são moradores da própria cidade e passaram por um processo de formação com o ceramista Shoichi Yamada. Saiba mais sobre a empresa no site da Artesol.

Como comprar as peças:

A empresa possui estabelecimento físico em Bonito/MS, um perfil no Instagram e também realiza atendimento via WhatsApp (67) 99249-6460.

5) Projeto Amor-Peixe

Artesanato no Pantanal: conheça 5 projetos para apoiar já! (Foto: Divulgação / Reprodução)
(Foto: Reprodução / Fcaebook @peixeamor)

Associação de artesãs que reaproveitam a pele de peixe para criar peças e acessórios artesanais, como colares, bolsas e brincos. Projeto vinculado à Casa do Artesão de Corumbá.

Como comprar as peças:

Entrar em contato via WhatsApp (67) 9959-6112 e combinar valores, prazos e frete.

Fonte: Vogue, Luiza Queiroz

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