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Baixo nível do Rio Paraguai ameaça falta de água em Corumbá

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Como resultado da maior seca dos últimos 47 anos em Mato Grosso do Sul, o rio Paraguai, principal fonte de abastecimento hídrico da região de Ladário e Corumbá, está atingindo seu nível crítico.

De acordo com o diretor-presidente da Sanesul, Walter Carneiro, o nível do rio é classificado em até 5 pontos, quando o reservatório desce ao nível 3 a situação é de alerta, e o problema é que, nos últimos dias, o índice de capitação de água só alcançou 1,8 metro, ou seja, está abaixo da média de segurança.

Pensando em não deixar a população local desamparada, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), em parceria com a Sanesul, já adotaram medidas preventivas.

“Hoje de manhã saíram duas carretas carregadas com equipamentos que irão nos ajudar. A gente quer reestabelecer o nível de segurança do rio, para garantir a distribuição de água na cidade.”, destacou o diretor.

A previsão é que a partir da manhã desta sexta-feira (25) comecem as instalações de três bombas flutuantes mais ao centro do rio, o que irá possibilitar a vazão de 500m³ por hora, em cada uma das bombas.

Toda água captada será direcionada para a parte interna dos pilares, onde ficam as escotilhas, para daí ser tratada e distribuída.

“O que me preocupa é que ainda não chegamos ao nível crítico de redução do nível do rio, que poderá baixar ainda mais, tendo diminuído aproximadamente um metro. Por isso, precisamos construir iniciativas preventivas”, ressaltou Jaime Verruck, Secretário da Semagro.

Caso a instalação das bombas flutuantes não seja satisfatória, o plano B da empresa é implantar bombas submersíveis e anfíbeas, no fundo do rio, que aumentam a capacidade de produção para 1.600m³ de água por hora.

Influência climática
Como causa da baixa no nível do rio, o diretor-presidente da Sanesul, Walter Carneiro, destacou o clima em Mato Grosso do Sul.

Dados levantados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, o Estado passou por dois meses de seca absoluta, com aumento na porcentagem das áreas consideradas graves, de 47,44% para 53,15%.

Segundo a pesquisadora Franciane Rodrigues, coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima do MS (Cemtec), recentemente o estado atingiu níveis de seca maiores que a região Nordeste.

Ainda segundo Franciane, a estiagem que Mato Grosso do Sul está enfrentando é atribuída ao fenômeno natural La Niña, que diminui a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental.

“Se observarmos no mapa do Monitor de Secas, Santa Catarina e Paraná estão com seca moderada e grave, assim como em Mato Grosso do Sul. Julho e agosto já são meses em que chove pouco mesmo, mas esse ano houve uma dificuldade maior de frentes frias passando, logo, as áreas de instabilidades não chegaram aqui com tanta frequência, resultando nesta estiagem”, destaca a pesquisadora.

 

Fonte:CE

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