Um bebê de 25 semanas chegou enrolado em uma sacola plástica na madrugada de quarta-feira (9) no Hospital Regional de Ponta Porã. No primeiro momento, a dona de casa que entregou o bebê disse tê-lo encontrado em uma avenida no bairro Jardim Ivone, no entanto, para a polícia ela contou que a criança é da vizinha, que tentou fazer um aborto e ela foi chamada para ajudar.
O bebê é menino, tem 600g e foi transferido ontem mesmo para atendimento em Dourados. Para reportagem, a vizinha disse que teve medo, por isso falou que havia encontrado. “Eu coloquei o dedo no peitinho dele e o coração estava batendo. Ele estava vivo. Falei que precisava levar ele no hospital e levei”, descreve.
A dona de casa que tem 26 anos e já passou por três partos normais foi chamada para ajudar. “Ela já tinha tomado o remédio e estava passando mal. Era meia-noite e pouco 1h da manhã. A hora que eu cheguei, o bebê já tinha saído, só que ela ainda estava com a placenta na barriga. Eu ajudei ela a tirar pra fora”, conta.
A adolescente, mãe da criança, estava na casa da irmã para que a mãe não soubesse da tentativa de aborto. “Nós três ficamos apavoradas, sem saber o que fazer”, comenta.
Ao colocarem o bebê na sacolinha, elas ficaram sem saber o que fazer. “E eu fui olhar para ver, levei no hospital e falei que eu tinha achado. Eu não ia contar para a Polícia porque ela [adolescente] ficou com medo de ser presa”, diz.
Depois, a dona de casa contou que a Polícia chegou até o endereço dela e por várias vezes perguntaram da mãe. “Eles falaram que precisavam achar porque ela estava correndo perigo, poderia ter uma hemorragia, uma infecção. Eu fiquei preocupada com ela e falei”, explica.
Ao delegado de Polícia, Fabrício Dias, a adolescente relatou que tomou medicação para provocar o aborto. “Ainda não a ouvimos formalmente, porque encaminhamos ao hospital para fazer os procedimentos. Até então, ela não tinha recebido atendimento médico”, ressalta.
Na descrição do delegado, a menina estava “notoriamente abalada”, e foi encaminhada também para acompanhamento psicológico.
Os familiares disseram à Polícia que tem interesse em ficar com o bebê. As investigações devem continuar e a adolescente pode responder por ato infracional análogo ao crime de aborto.
Fonte:CGN