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Poder público medirá efeitos do ‘ano perdido para a educação’ junto aos alunos

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Qual foi o prejuízo para os alunos no ano perdido para a educação? A pergunta já começa a se desenhar entre especialistas e poder público conforme o período letivo caminha para o fim. As aulas remotas não são consideradas suficientes para absorção de todo o conteúdo, então essa perda de conhecimento deverá ser medida antes que qualquer decisão sobre 2021 seja tomada.

A doutora em educação Ângela Maria Costa disse ao Correio do Estado que a carga horária pode ser recuperada ano que vem, desde que algumas medidas sejam tomadas, como aulas ao sábados e aumento de carga horária.

“No meu ponto de vista, sendo bem sincera, acho que agora tinha que ser feita uma avaliação de cada série, simples, de conteúdo. Ver quem não conseguiu nada e tentar fazer algum tipo de recuperação até o fim do ano, mesmo que seja à distância, se debruçando mais na questão dos que não conseguiram”, afirma.

Ela acrescenta que já foi comprovado que existe uma evasão grande que vai desaguar em 2021. “O aluno que não tem a mínima condição de internet e celular, mesmo tendo smartphone é difícil acompanhar essa aula remota. Estamos brincando que estamos fazendo alguma coisa. A rede privada não quer perder vínculo, e a pública está indo na onda, mas ensino e aprendizagem de verdade acho difícil que tenha acontecido”.

PRÁTICA

A Secretaria Estadual de Educação disse a reportagem que haverá, sim, essa avaliação dos alunos da rede, embora ainda não esteja definida se ela acontecerá em forma de prova ou com algum outro tipo metodologia.

O órgão diz que primeiro vai esperar o ano letivo terminar para entender as necessidades e desafios do próximo. Ainda nem há certeza, por exemplo, se as aulas serão remotas até o término do período letivo ou se a pandemia vai permitir que os encontros presenciais em sala de aula aconteçam no decorrer de setembro ou até mesmo outubro, novembro ou dezembro.

Haverá uma avaliação diagnóstica e outra formativa para medir os impactos da pandemia. Essas duas serão reunidas em um relatório somativo ponderando todos os fatores que serão necessários, mostrando em que pontos incidiram as maiores perdas e de que forma essa recuperação paralela poderá ser feita.

A princípio, o planejamento para 2021 seria na continuidade do conteúdo ministrado em 2020, mas tudo pode mudar dependendo do resultado da análise que será feita. Com relação a aulas extras, o Governo esclarece que não pode mexer na quantidade de dias letivos, embora a lei fale só em mínimo, e não estabeleça máximos.

Mesmo assim, a rede irá aguardar o posicionamento do Ministério da Educação, que poderá lançar alguma diretriz ou parâmetro a ser seguido em todo o país.

PREJUÍZOS

Com a eficácia do ensino remoto em xeque, o atraso no conteúdo deve derrubar o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) entre 5,3% a 2,3% nos próximos anos, segundo estimativas publicadas em um estudo feito por economistas do Insper. Essa queda se deve à redução na renda futura dos jovens que hoje ocupam os bancos escolares.

A análise pontua dois cenários possíveis. O primeiro deles, e talvez o mais provável, aconteceria se os conteúdos ministrados á distância não forem repostos em momento oportuno e os estudantes entrassem no mercado de trabalho sem eles. Ao longo de toda a vida, os estudantes poderiam perder R$ 42,5 mil.

A segunda hipótese seria se o calendário letivo fosse ampliado ou se o fim dos estudos fosse atrasado em um ano. Nesse caso, o déficit econômico nas fianças dos futuros profissionais cairia para R$ 10 mil.

No efeito cascata, o rombo desembocaria no PIB com algo em torno de R$ 350 bilhões. É por isso que o poder público e os especialistas de educação estão preocupados com as medidas que serão tomadas para tentar contornar essa situação.

 

Fonte:CE

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