O delegado Márcio Shiro Obara, beneficiado com revogação da prisão preventiva ontem (6), somente deve deixar a carceragem da 3ªDP (Delegacia de Polícia Civil), esta tarde ou até durante o fim de semana. A informação é que a família está levantando o valor de R$ 26,1 mil, imposto como fiança.
Obara está preso desde o dia 19 de junho, acusado de esconder provas na apuração sobre o assassinato do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo, ocorrida em 11 de junho de 2018. Também é apontado como o destinatário de R$ 100 mil que seria pago por organização criminosa chefiada por Jamil Name “a um delegado”.
O advogado Ricardo Machado diz que família teve acesso ao boleto da cobrança judicial ontem, logo após a decisão e ainda está providenciado o pagamento. Segundo ele, pelo trâmite normal, e por conta da abertura do Fórum a partir das 12h, a liberação de Obara deve ocorrer no fim da tarde ou até durante no fim de semana.
Além de pagar R$ 26.125 mil de fiança (equivalente a 25 salários mínimos) o delegado ainda terá de usar tornozeleira eletrônica por 180 dias. Como ele ainda está proibido de retomar a função de delegado e usar armas de fogo, a decisão da 1ª Vara Criminal autorizou sua designação para cargo administrativo, conforme entendimento da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública).
A denúncia contra Obara por corrupção passiva foi aceita pela juiz Roberto Ferreira Filho no dia 13 de julho.
O delegado é acusado de esconder provas na apuração sobre o assassinato do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo.
Na decisão que o mandou prender, em junho do ano passado, deferido pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) aponta que no carro da vítima foi encontrado um envelope com a inscrição “dossiê” e que continha prints de conversas de WhatsApp entre Ilson de Figueiredo e uma pessoa identificada apenas como “padrinho”.
O diálogo citava que a morte do policial militar reformado foi decidida durante reunião em Ponta Porã, que o interlocutor não iria conseguir reverter e que uma pessoa já havia sido morta por envolvimento no sumiço do filho de Fahd Jamil Georges.
O documento do Gaeco cita que o material não foi juntado ao inquérito policial da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), onde Obara era titular e investigava o crime. Nesta apuração, materiais da vítima, como caneta espiã e cartões de memórias não foram periciados.
Fonte:CGN