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Em uma semana, síndromes respiratórias mataram duas vezes mais que a covid-19

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Relatório elaborado por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e UFOB (Universidade Federal do Oeste da Bahia) indica crescimento expressivo de mortes por SRAGs (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em relação aos registrados como sendo do novo coronavírus. Somente em uma semana foram 60 mortes, 2,14 vezes mais do que os registrados por covid-19 no Estado.

Os pesquisadores avaliam que isso pode indicar substantificação de casos de mortes por covid-19, prejudicando a formação de estratégia de combate à doença.

No estudo, também classificam Campo Grande e mais oito municípios como os que precisam de “medidas mais enérgicas e restritivas” para enfrentamento do novo coronavírus (covid-19). Outros 26 foram listados como de atenção.

O grupo é o mesmo que elaborou estudo anterior que recomendava adoção de lockdown em Dourados.

Agora, o estudo é mais abrangente e faz panorama da evolução dos casos nas quatro microrregiões de saúde: Campo Grande, Corumbá, Naviraí e Dourados.

Este é o relatório  Geocartografia dos Indicadores de Morbidade e de Mortalidade da Covid-19 em Mato Grosso do Sul, da 27ª à 29ª semanas epidemiológicas.

Na avaliação das SRAGs, no período de 21 a 27 de junho, foram registrados, em Mato Grosso do Sul, 28 óbitos por covid-19, enquanto as síndromes não específicas foram responsáveis pela morte de outras 60 pessoas. Isso significa que morreram 2,14 vezes mais pessoas por SRAGs do que por coronavírus em uma semana em MS.

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“A correta interpretação desse dado é fundamental para que as autoridades reconheçam a necessidade de alcançar níveis de testagens massivos para evitar distorções nos registros e interpretações dos dados. Ou admitimos os níveis que estas taxas de letalidade representam como possíveis casos de Covid-19 ou admitimos a baixíssima testagem nesses municípios”, disse o o professor e pesquisador da UFGD, Adeir Archanjo da Mota, coordenador da pesquisa.

O relatório aponta o expressivo aumento de notificações de casos de SRAGs  no estado a partir de 7 a 13 junho, ao registrar mais de 250 notificações por semana e atingindo mais de 400 notificações no período de 5 a 11 de julho.

O epidemiologista Cremildo João Baptista, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), explica que nem tudo que é SRAG é covid-19 e vice-versa: “É preciso realizar melhor a diferenciação e, sem testes, essa diferenciação pode ficar comprometida”.

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Ações – A pesquisa também avaliou a situação do enfrentamento da covid-19 no Estado.

Foram avaliados os indicadores entre as datas de 4 a 18 de julho, referente às 27ª e 29ª Semana Epidemiológica.

Em números absolutos, Campo Grande ocupava a 1ª posição em casos confirmados da doença, respectivamente: 3.619 e 6.146; Em seguida, Dourados, respectivamente, 3.224 e 3.726 e Corumbá na 3ª posição, com 434 e 763 confirmações de infecção pela covid-19.

Foram utilizados três indicadores de incidência da covid-19, associados ao composto pela mortalidade, chegando ao “índice de morbimortalidade”, de tal modo que considerasse as quantidades e variações numéricas, percentuais e as taxas de incidência. O índice de alerta variam de 1 a 5, sendo o último nível máximo de atenção.

Entram no índice 5 a 3, de que precisam de “políticas públicas urgentes”, segundo os pesquisadores, Juti, Campo Grande Bataguassu, São Gabriel do Oeste, Dourados, Corumbá, Anaurilândia, Ladário e Chapadão do Sul.

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Na avaliação por microrregiões, foram destacadas as localidades que registraram 88% dos 5338 novos casos na 28ª e na 29ª semanas epidemiológicas em apenas 20% das cidades de MS: 2.950 novos casos registrados em 14 dias em cinco municípios da microrregião de Campo Grande (Campo Grande, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Chapadão do Sul e Maracaju); 554 novos casos em Dourados e Rio Brilhante, na microrregião de Dourados; 432 novos casos nos municípios de Três Lagoas e Bataguassu, na microrregião de Três Lagoas; 395 novos casos nos dois municípios que compreendem a microrregião de Corumbá (Corumbá e Ladário); 319 na microrregião de Naviraí (Naviraí, Juti, Iguatemi e Itaquiraí).

Fonte: CGN

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