Imasul define nova taxa e reforça controle na visitação da Gruta do Lago Azul em Bonito

A partir deste mês, turistas que desejarem visitar a Gruta do Lago Azul, um dos cartões-postais mais emblemáticos de Mato Grosso do Sul, terão que arcar com uma nova taxa ambiental. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) fixou em R$ 15 o valor da visitação à trilha que leva à cavidade natural, localizada em Bonito, município reconhecido internacionalmente por suas águas cristalinas e ecoturismo controlado.

A decisão, publicada em portaria no Diário Oficial, estabelece que o montante será recolhido pelo município e repassado ao Imasul até o quinto dia útil do mês subsequente ao recebimento, podendo também ser pago diretamente no momento da compra do voucher turístico. O objetivo é ampliar a arrecadação destinada à manutenção e à conservação da área, que há décadas é foco de estudos geológicos, ambientais e arqueológicos.

Com o novo valor, o preço final do passeio deve sofrer reajuste. Atualmente, o ingresso comercializado por agências de turismo varia entre R$ 130 e R$ 150, podendo alcançar patamares mais altos devido à taxa adicional e aos custos de operação e monitoramento ambiental. A cobrança, segundo a regulamentação, não se aplica às gratuidades previstas em lei, como visitas científicas autorizadas ou determinadas atividades de interesse público.

A portaria também detalha regras de uso da trilha e do interior da gruta. A visitação será estritamente contemplativa, com grupos limitados a 15 pessoas — sendo um guia credenciado e até 14 turistas —, respeitando um intervalo de 20 minutos entre as entradas. A idade mínima para acesso é de 6 anos, e a capacidade máxima de visita diária foi fixada em 305 pessoas, número que visa equilibrar o turismo com a preservação ambiental.

O controle de fluxo e o uso obrigatório de equipamentos de segurança, como capacetes, calçados fechados e máscaras de proteção, reforçam o compromisso das autoridades ambientais com a segurança dos visitantes e a integridade do patrimônio natural. Os horários de visitação seguem um cronograma rígido: o primeiro grupo acessa a cavidade às 7h, e o último, às 14h, horário limite para entrada.

A Gruta do Lago Azul é uma das cavernas mais conhecidas do Brasil e símbolo do ecoturismo sul-mato-grossense. Situada a 297 quilômetros de Campo Grande, a cavidade impressiona por suas formações de estalactites e estalagmites e por abrigar um lago de águas azul-turquesa, cuja tonalidade vibrante é resultado da incidência solar e da composição mineral do ambiente. A profundidade estimada do lago é de 80 metros, e o período de maior beleza visual ocorre entre dezembro e janeiro, quando os raios solares penetram de forma mais intensa na caverna.

O passeio dura, em média, uma hora e meia e é restrito à observação. O mergulho e o contato com a água são terminantemente proibidos, sendo permitidos apenas em circunstâncias de pesquisa científica. As medidas de restrição visam garantir a preservação do ecossistema subterrâneo, que é extremamente sensível a alterações humanas e abriga espécies endêmicas e fósseis datados de milhares de anos.

Por se tratar de uma atividade que exige esforço físico moderado e exposição a ambientes úmidos e escorregadios, o Imasul desaconselha a visita a pessoas com problemas cardiorrespiratórios, dificuldades de locomoção, imunodeficiências e gestantes a partir do sexto mês de gravidez. O órgão reforça que o respeito às normas é fundamental para manter o equilíbrio ambiental e a segurança de todos os visitantes.

Com a nova regulamentação, o governo estadual reforça a política de turismo sustentável em Bonito, reconhecido mundialmente como um dos destinos de ecoturismo mais organizados do planeta. O controle rigoroso da visitação, aliado ao investimento em fiscalização e educação ambiental, tem sido o alicerce para garantir que as belezas naturais do Mato Grosso do Sul permaneçam preservadas para as próximas gerações.

Fonte:Pagina1News

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