Governo deve elevar tarifas de importação em 2025 para proteger indústria

O governo federal deve aumentar, já em 2025, as tarifas de importação de produtos como carros e aço para proteger setores afetados pela concorrência externa — especialmente de itens vindos da China — e, ao mesmo tempo, gerar cerca de R$ 14 bilhões em receita extra para fechar o Orçamento do próximo ano.

A informação consta no relatório da receita do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual), elaborado pela senadora Dorinha Rezende (União-TO) e aprovado na última semana pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). O documento prevê a arrecadação adicional, mas não detalha quais itens terão alta no imposto de importação.

Pressão da indústria e “invasão” de produtos chineses

Segundo apuração da CNN, a equipe econômica avalia elevar as alíquotas de importação para segmentos que registram forte aumento de produtos estrangeiros nos últimos meses, fenômeno descrito internamente como “surtos de importação” relacionados a mudanças geopolíticas.

Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retomou sua política de tarifas, países — sobretudo a China — passaram a redirecionar suas exportações para mercados alternativos, entre eles o Brasil. A movimentação intensificou as reclamações da indústria nacional.

Setores mais afetados

Aço:
O setor projeta queda na produção e um aumento superior a 30% na importação em 2025. As empresas reivindicam o uso de mecanismos de defesa comercial, com aumento imediato das tarifas para conter a chegada de produtos chineses a preços mais baixos.

Automóveis:
A indústria automotiva também pressiona o governo. As montadoras pedem a recomposição da tarifa de importação para 35%, alegando desequilíbrio competitivo causado pela entrada crescente de veículos importados, especialmente elétricos e híbridos asiáticos.

Objetivo fiscal e proteção da economia

Técnicos ligados às discussões afirmam que a elevação das alíquotas deve cumprir duplo papel: proteger setores estratégicos pressionados pela concorrência externa e ajudar a compor a receita prevista no Orçamento. A medida, porém, ainda não foi detalhada oficialmente pelo Ministério da Fazenda.

Se confirmadas, as mudanças devem ser anunciadas no início de 2025, após avaliação final da equipe econômica e diálogo com o setor produtivo.

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