NotíciasSaúde

Mato Grosso do Sul testa biolarvicida inovador para combater a dengue

Compartilhar:

O governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), lançou um projeto-piloto inovador para o controle do Aedes aegypti em Três Lagoas. Em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde, a iniciativa utiliza estações disseminadoras de biolarvicida, tecnologia que emprega os próprios mosquitos para levar o larvicida a criadouros de difícil acesso, aumentando a eficácia do combate à dengue.

Como funciona a tecnologia – As estações disseminadoras consistem em pequenos potes transparentes revestidos com tecido preto impregnado com biolarvicida. Quando o mosquito pousa na superfície do recipiente, entra em contato com o produto e transporta as partículas para outros locais onde deposita seus ovos.

Segundo Mauro Lúcio Rosário, coordenador estadual de controle de vetores, esse método permite que reservatórios não identificados em visitas domiciliares também sejam atingidos. “O mosquito tem a capacidade de levar o biolarvicida para recipientes em um raio de 150 a 300 metros. Isso potencializa o combate à dengue, pois conseguimos atingir criadouros que muitas vezes estão fora do alcance dos agentes de saúde”, explicou.

A estratégia se baseia no comportamento natural do Aedes aegypti. Como cada fêmea pode colocar ovos em mais de 20 locais dentro de um raio de 300 metros, a tecnologia amplia significativamente a cobertura do biolarvicida, tornando o controle mais eficiente.

Reunião técnica para discutir a instalação de estações disseminadoras
Reunião técnica para discutir a instalação de estações disseminadoras

Expectativa de expansão – Com o início das operações em Três Lagoas, a expectativa é de que, caso os resultados sejam positivos, a tecnologia seja adotada em outros municípios do estado. “Temos certeza de que essa será uma ferramenta essencial para melhorar o controle do mosquito e reduzir a incidência da dengue em Mato Grosso do Sul”, destacou Rosário.

A enfermeira especialista em serviços de saúde e técnica da Gerência de Doenças Endêmicas da Vigilância Epidemiológica Estadual da SES, Bianca Modafari Godoy, reforça a importância da iniciativa: “A implementação das estações disseminadoras de biolarvicida representa um avanço importante no combate à dengue. Essa tecnologia inovadora permite que o próprio mosquito espalhe o larvicida, atingindo criadouros de difícil acesso e ampliando significativamente a cobertura do controle vetorial.”

Experiência bem-sucedida em outras cidades – A utilização de biolarvicidas já apresentou bons resultados em cidades como Belo Horizonte e Recife. Estudos publicados na Revista de Saúde Pública apontam que a estratégia tem potencial para reduzir de forma sustentável a população do Aedes aegypti e, consequentemente, os casos de dengue.

“Além disso, ao eliminar as fases imaturas do mosquito, contribuímos para a diminuição da transmissão da doença. Com resultados promissores, essa estratégia tem grande potencial para ser expandida e beneficiar ainda mais municípios”, finaliza Bianca Modafari Godoy.

A ação complementa as estratégias já utilizadas no estado, como mutirões de limpeza, campanhas de conscientização e pulverização de inseticidas. A expectativa é que o uso do biolarvicida aumente a efetividade do controle vetorial e ajude a reduzir os casos da doença, que seguem em alta em diversas regiões do país.

 

Fonte:Acritica

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo