Mato Grosso do Sul ficou em oitavo lugar no ranking dos estados brasileiros mais afetados por queimadas em novembro de 2024. O dado faz parte do Monitor do Fogo, relatório divulgado nesta segunda-feira (16) pelo MapBiomas.
Ao todo, foram queimados 50,6 mil hectares apenas neste mês no estado sul-mato-grossense. Os números acendem o alerta para a situação crítica vivenciada principalmente no Pantanal, um dois biomas mais impactados pelo fogo neste ano.
Entre os meses de janeiro a novembro, o Brasil apresentou queimadas em todos os biomas, com os maiores índices na Mata Atlântica, com 1 milhão de hectares queimados; Pampa, com 3,3 mil hectares e Caatinga, com 297 mil hectares atingidos.
Corumbá é o segundo município mais atingido pelas queimadas no Brasil em 2024
Entre os municípios analisados pelo levantamento, Corumbá – a 424 quilômetros de Campo Grande – destacou-se como o segundo com maior área queimada no Brasil em 2024.
O município pantaneiro ficou atrás apenas de São Félix do Xingu (PA), o líder no ranking de área queimada, com 1,47 milhão de hectares.
Entre os biomas, a Amazônia foi o mais atingido pelo fogo no período, com 16,9 milhões de hectares queimados. Na sequência vem o Cerrado, com 9,6 milhões de hectares. Pantanal está em terceiro lugar, com 1,9 milhão de hectares afetados — um aumento de 68% em relação à média dos últimos cinco anos.
No total, Corumbá registrou 837 mil hectares atingidos pelo fogo no período entre janeiro e novembro. Neste mesmo recorte, o Brasil registrou um total de 29,7 milhões de hectares queimados.
Queimadas no Brasil aumentaram em 90% se comparadas a 2023
Os 29,7 milhões de hectares atingidos representa um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023 e o maior registro dos últimos seis anos. Conforme o MapBiomas, a área total devastada pelo fogo é equivalente ao território de todo Rio Grande do Sul.
“Esse aumento desproporcional da área queimada no Brasil em 2024, principalmente a área de floresta, acende um alerta de que, além de reduzir o desmatamento, precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos onde as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, explica Ane Alencar, coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas.
A sequência de eventos climáticos extremos — incluindo seca prolongada — e a intensificação das atividades humanas são apontadas como fatores que agravaram a situação.
“Em 2024, observou-se uma mudança preocupante no padrão das áreas atingidas pelo fogo, enquanto nos últimos seis anos as queimadas afetaram predominantemente áreas de pastagem, neste ano as florestas passaram a ser as mais impactadas”, destaca Felipe Martenexen, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) .
O levantamento também evidencia o alto impacto do fogo em pastagens. Neste cenário, foram registrados 6,4 milhões de hectares queimados, índice que totaliza 21% do total nacional.
Fonte:CE