Embora pareça mais uma infraestrutura comum, o projeto em questão carrega o potencial de unir duas regiões riquíssimas em biodiversidade e turismo ecológico, gerando impacto econômico e ambiental inédito.
A obra em questão consiste em uma ponte de concreto de aproximadamente 300 metros de extensão, que será construída para ligar a famosa Estrada Transpantaneira, em Mato Grosso, à rodovia MS-214, em Mato Grosso do Sul.
Com investimento estimado entre R$ 50 e R$ 60 milhões, a iniciativa é resultado de uma cooperação entre os dois estados, que dividirão os custos igualmente.
Conforme o diretor de Projetos e Orçamentos da Agesul, Magno Mendes, a rota mais viável conecta diretamente o final da Transpantaneira à MS-214, o que proporcionará um acesso otimizado e mais prático para os turistas e moradores da região.
Turismo e preservação ambiental: a aposta do projeto
A localização escolhida para a ponte não é apenas estratégica, mas também uma oportunidade para impulsionar o turismo ecológico.
A região é mundialmente reconhecida como um dos melhores destinos para avistamento de onças-pintadas, atraindo turistas do Brasil e do exterior.
Em Porto Jofre, por exemplo, pousadas e operadoras de turismo oferecem experiências únicas, como passeios de barco que permitem observar a fauna local em seu habitat natural.
De acordo com Eduardo Blanco, gerente da Pousada Porto Jofre Pantanal, o turismo na região movimenta dezenas de propriedades, contando com cerca de 10 barcos grandes, 60 lanchas e 200 piloteiros, que ajudam a manter a economia local ativa.
Ele ressalta que a maioria dos visitantes chega por Cuiabá, percorrendo os 150 km de estrada de terra da Transpantaneira.
Uma ponte para o futuro: integração e desenvolvimento
Além de fomentar o turismo, a construção da ponte deve criar um corredor ecológico entre os dois pantanais, facilitando a preservação ambiental e o deslocamento entre as áreas.
A secretária-adjunta de Obras Rodoviárias de Mato Grosso, Nivia Calzolari, destaca que a região pantaneira já é rica em ecoturismo e ecologia, e que a ligação proporcionará novos horizontes para o desenvolvimento econômico sustentável.
Os governos estaduais têm trabalhado de maneira coordenada para garantir o sucesso do projeto.
Enquanto Mato Grosso será responsável pela elaboração do projeto técnico, Mato Grosso do Sul já investe na infraestrutura necessária para viabilizar o acesso à ponte, com 70,63% das obras da MS-214 já concluídas.
Impactos na mobilidade e na economia local
Do lado sul-mato-grossense, as obras na MS-214 já incluem a implantação e o revestimento primário de cerca de 60 km de estrada, permitindo maior acessibilidade à área isolada onde a ponte será erguida.
A rodovia conecta a BR-163 à região de Porto Jofre, em Mato Grosso, e desempenhará papel crucial no escoamento do turismo e na integração entre os estados.
Além disso, a ponte deve beneficiar diretamente comunidades locais e pequenas propriedades que dependem do turismo para gerar renda.
Com a infraestrutura facilitando o acesso, espera-se um aumento significativo no número de visitantes, o que impulsionará hotéis, restaurantes e outros serviços na região.
Desafios e planejamento estratégico
A construção da ponte exige atenção especial devido às condições ambientais sensíveis do Pantanal.
Segundo o diretor de Infraestrutura Rodoviária da Seilog, Rudi Fiorese, o projeto será um marco não apenas na conectividade entre os estados, mas também no compromisso com a preservação do bioma.
Além disso, a parceria entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul demonstra uma abordagem inovadora e coordenada para lidar com desafios de infraestrutura em áreas remotas e ambientalmente delicadas.
Essa visão de futuro reforça o papel do Pantanal como um patrimônio mundial, unindo desenvolvimento sustentável e preservação.
O que esperar do futuro da região
Com a conclusão da ponte e das obras viárias associadas, a expectativa é de que o Pantanal se torne ainda mais acessível, consolidando-se como um dos principais destinos turísticos do Brasil.
A integração entre os estados promete melhorar não apenas a mobilidade, mas também as oportunidades de negócios e empregos locais.
Fonte: CPG