A inflação na Argentina desacelerou para 8,8% em abril, marcando uma vitória significativa para o presidente Javier Milei. Esta é a primeira vez desde outubro passado que a inflação mensal cai para um dígito, refletindo a eficácia das políticas econômicas adotadas pelo governo.
Desafios e Conquistas do Governo Milei
Nesta semana de desafios e vitórias, o presidente Javier Milei ganhou elogios não nominais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e testemunhou a desaceleração da inflação pelo quarto mês consecutivo. Os dados, divulgados nesta terça-feira (14) pelo instituto de estatísticas argentino, o Indec, mostram que a inflação mensal de abril ficou em 8,8%, cumprindo uma das promessas de Milei.
Desde que assumiu a presidência em um momento de pico inflacionário, com uma taxa mensal de 25,5% em dezembro passado, Milei implementou um rigoroso ajuste fiscal apelidado de “choque”. A inflação caiu progressivamente para 20,6% em janeiro, 13,2% em fevereiro e 11% em março, atingindo finalmente um dígito em abril.
Redução da Taxa de Juros e Desafios Econômicos
Poucas horas após a divulgação dos dados inflacionários, o banco central argentino anunciou um corte na taxa de juros, reduzindo-a de 50% para 40% ao ano. A variação de preços no primeiro quadrimestre do ano foi de 65%, enquanto a inflação acumulada nos últimos 12 meses subiu para 289,4%, com contas básicas de casa, como água e luz, registrando a maior variação de 35,6%.
Elogios do FMI e Expectativas de Recuperação
A divulgação da inflação de abril ocorreu um dia após o FMI elogiar a oitava rodada de negociações da dívida argentina, destacando que o governo apresentou resultados melhores do que o esperado. O FMI deve liberar US$ 800 milhões (R$ 4,1 bilhões) em junho, elogiando a rigidez fiscal do governo Milei e sua firme implementação do plano de estabilização.
Javier Milei desfruta de níveis de aprovação relativamente altos em seus primeiros cinco meses de governo, variando de 39,5% a 63% em diferentes regiões do país. No entanto, a Argentina continua enfrentando uma pobreza generalizada, com 41,7% da população abaixo da linha da pobreza no segundo semestre do ano passado, e projeções indicando que essa cifra pode ter ultrapassado 60% recentemente.
Perspectivas Econômicas e Sociais
O ajuste fiscal rigoroso promovido por Milei é visto por alguns como necessário para pavimentar o caminho para uma mudança econômica, enquanto outros argumentam que é insuficiente para resolver os profundos problemas socioeconômicos do país. Segundo Aldo Abram, diretor executivo do think tank Liberdade e Progresso, a inflação é o principal vilão que desidrata o poder de compra dos argentinos.
O economista Eduardo Donza, da Universidade Católica Argentina (UCA), ressalta que a produção industrial caiu significativamente e que o PIB deve registrar uma contração de pelo menos 3,5% este ano. Ele destaca a necessidade de políticas de Estado que aumentem a produção e o trabalho, ao invés de depender exclusivamente de medidas econômicas de curto prazo.
Recursos Potenciais e Desafios Futurísticos
A Argentina possui recursos naturais valiosos, como a região de Vaca Muerta e o triângulo do lítio, que têm potencial para impulsionar a economia. No entanto, a exploração e exportação desses recursos enfrentam desafios logísticos e de infraestrutura, adiando os benefícios econômicos tangíveis para o futuro.
Em suma, embora a queda da inflação para um dígito represente uma vitória para Javier Milei, a Argentina ainda enfrenta desafios significativos em sua busca por estabilidade econômica e prosperidade social. As políticas atuais precisam ser complementadas por estratégias de longo prazo que promovam crescimento sustentável e inclusão social.
Fonte:CE