O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, considera um processo natural e positivo a substituição de áreas da pecuária em Mato Grosso do Sul para uso no plantio de florestas de eucalipto, cena que se intensifica no lado Leste do Estado e já atinge 1,3 milhões de hectares, com avanço de mais 200 mil hectares até o fim do ano. Um exemplo desse processo de mudança da matriz econômica é o município de Inocência, que receberá a multinacional de celulose Arauco e percebe o crescente arrendamento de áreas que antes eram destinadas à criação de gado e agora são ocupadas por florestas.
Conforme o secretário, a empresa chilena precisará de 300 mil hectares de florestas para começar a produção. A fábrica deve começar a ser construída no ano que vem, estando na fase de licenciamento do empreendimento. A Arauco, diz Verruck, está arrendando áreas, além de outras fabricantes de celulose. Para o proprietário de terra, o valor do arrendamento pode chegar a triplicar.
Verruck analisa que há na região pastagens degradadas, com solo pobre e dificuldades para a sustentação da pecuária nelas. Além disso, ele considera que os empregos surgidos com as florestas de eucalipto têm nível mais alto. Só em Inocência, apenas com florestas, seriam cerca de dois mil empregos. Além da Arauco, há plantio para atender outras empresas da região e até interior de São Paulo. A estimativa é que a Região Leste contará com 3 milhões de hectares para a atividade. “Realmente o eucalipto toma o espaço da pecuária”, comenta, adicionando que há algumas situações em que as duas atividades se conciliam em áreas.
O secretário admite que não há um contexto que permita a ampliação da área para a pecuária. Por outro lado, considera que o caminho pode ser a intensificação, com o confinamento de bovinos em áreas menores.
O Estado já esteve entre os maiores rebanhos bovinos do País, ocupando hoje a quinta posição. O Estado fica atrás de Mato Grosso, Goiás, Pará e Minas Gerais, contando com 18,6 milhões de cabeças.
Fonte:CGN